Desabafos de uma jornalista, aspirante a atriz, shiatsuterapeuta e professora de yoga...

sábado, maio 28, 2005

Amor, estranho amor

Na semana passada aconteceu um milagre, acho q até por isso choveu: saí com meu pai e não brigamos. Ele me levou a uma entrevista, depois fui com ele trocar o bilhete do metrô na outra ponta da cidade, sem stress. Como isso seria bom demais para ser verdade, no dia seguinte, quando me levou a uma segunda entrevista, fomos nos estranhando. Já estava meio nervosa por perceber que o lugar era longe, que a região me deprimia, que achei tudo com cara de "boca de porco", mas como se isso não bastasse, ele ficou me aporrinhando que não dava para trabalhar tão longe, que não adiantava fazer teste no fim do mundo, como se quem estivesse parada pudesse escolher muito. Ando cada vez com mais preguiça de bater boca com ele, exceto quando solta suas máximas preconceituosas. E pensar que passei anos discutindo certa do racismo dele, para depois de uma viagem à Bahia e um presente de CD de capoeira, descobrir que a paixão dele era me irritar e nào havia preconceito algum, assim como fazem meu marido e amigos, só para me verem "subir no palanque" e me indignar. No fim de mundo em que me encontrava, lembrei do meu primo que diz que quando viaja, vê casinhas pobres na beira da estrada e fica deprimido. Também fiquei ao perceber que havia meia dúzia de gatos pingados em forma de prédios comerciais tão ricos e ao redor tanta miséria! E olha que também moro na periferia, ao lado da maior favela de Sampa! Mas será possível que não fazem nada pela comunidade local? Não descobri buscando pela internet... Voltando ao stress familiar, meu pai continuava a me espizinhar. Temos uma estranha relação de amor e ódio, pois somos capazes de dizer barbaridades um ao outro, dessas que fazem os amigos afirmarem que nunca falariam isso aos pais sem perder os próprios dentes e cinco minutos depois estarmos abraçadinhos, já fazendo as pazes. Minhas tias têm razão: a gente dá o q recebe e nesse caso, o relacionamento não poderia ser outro, pq desde q nasci estou acosumada às explosões e estupidez típicas de família. Não sei pq cargas d'água meu marido e minha mãe ainda ficam nervosos quando fazemos nossos típicos "pampeiros". Tudo explodirá e acabará calmamente em 5 minutos! Pq ñ se acostumam? Dizem q sou igualzinha a ele e por isso brigamos. Imagine! Sou uma versão muito melhorada dele! Sou exagerada, irônica, debochada, teimosa, mas ele já é falta de educação! Ao menos sabemos exatamente o q esperar de estourados grossos como nós, já os falsos calmos que me rodeiam fora da família em que nasci são sempre imprevisíveis, praticamente uma bomba-relógio, q explode quando menos se espera...

1 Comments:

Blogger Carol Mendonça said...

Fran, eu tava esperando por este texto, deste dia tão dramático. ( Milhares de rs) Vamos criar a comunidade no Orkut "Eu já tomei um esporro do Ditão" Embora eu nunca tenha tomado. Qto a reparar nas casinhas pobres durante uma viagem ... vc já viajou com a minha mãe, morrendo de dó das árvores sozinhas na estrada?? É sério.

8:13 PM

 

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