Desabafos de uma jornalista, aspirante a atriz, shiatsuterapeuta e professora de yoga...

sexta-feira, setembro 08, 2006

De pq eu devia ser antropóloga...

O antigo fófis dizia que devia ser antropóloga pq amo miséria. Tirando a intimidade promíscua de muito tempo junto e o lado vampiresco destas afirmações, devo admitir que devia ser por adorar projetos sociais que envolvam cultura e driblem situações adversas - como a pobreza. Mas preciso confessar que amo um povão! Adoro ir pro Heliópolis, pra rádio comunitária, pros projetos sociais que admiro, pra 25 de março, pra Zé Paulino, dar corda e ouvir sem pressa a terceira idade e infância carente simples que circula por aí. Em todos os lugares que passei sempre fiquei camarada das faxineiras, estagiários, enfim, sempre me dei bem com a ralé. Devo confessar que já fui preconceituosa com a plebe e hoje ainda sou meio ressabiada com os mais favorecidos, numa espécie de preconceito às avessas. Uma amiga do teatro me chamou para uma caminhada na serra do mar, adoro natureza, mas o que mais me atraiu nesta brincadeira foi a confraternização com os índios no final - sempre senti que se visitasse uma tribo não voltaria mais e quando via ou ouvia seus cantos, assim como os afro brasileiros, algo ressoava em mim a ponto de querer chorar de alegria. Mas quero contar pq sou corinthiana desde antes de sair da barriga da minha progenitora, embora não consiga ser apaixonada por futebol - claro que ser o Timão do povão contribui, mas a mamma conta que quando estava grávida de mim eles estava sem ganhar há anos e anos e levaram um título importante, fazendo a barriguda pular e comemorar - só que quando ela parou, eu continuei saltando e ela passou mal. Tenho certeza que foi aí que meu coração se tornou branco e preto e muito, muito popular, quero dizer pop total...