Desabafos de uma jornalista, aspirante a atriz, shiatsuterapeuta e professora de yoga...

segunda-feira, junho 19, 2006

Anti mulherzinha típica

Devo confessar que não sou a mulherzinha típica. Eu não passo meus sábados no cabeleireiro e me irrito pq as amigas nunca podem fazer nada conosco nesse dia pq estão dando uma geral na lataria toda. Tenho uma amiga que sempre reforça: "você não será menos inteligente se for vaidosinha". Nem acho isso, mas tenho a convicção romântica e sonhadora que o que sou, internamente, devia ser mais importante que minha aparência. No país da bunda? Haha!
Tenho aflição que manuseiem meu cabelo como se estivessem lavando roupa. Lavagem e desembaraço de cabelos enrolados devia ser uma matéria a mais nos cursos técnicos e livres de cabelereiros. Requer prática e habilidade, mas nada que os faça desistir da profissão! Nunca, nunca tente desembaraçar o cabelo enrolado e crespo sem água e condicionador, a menos que a intenção seja realmente aplicar tortura chinesa.
E fazer as unhas? Sorry, acho caro, efêmero demais e propaganda enganosa. Há tempos atrás não fazia pq nadava e não dura dias com a ação do arrasador cloro. Hoje em dia não faço pq volta e meia estou roendo uma delas - já consegui reduzir a proporção de comer 10 unhas para apenas 20 a 30% delas. Mas como conviver com a ansiedade do jornalismo sem arrasá-las? Melhor comê-las que fumar ou tomar café compulsivamente. A propaganda enganosa é pq as manicures nunca, nunca vão te machucar mas sempre levam uma lasca de você como lembrança. Se a cutícula está lá, alguma função tem, já vi profissionais da área de saúde que afirmam ser uma proteção, o que custa empurrar?
Não sou ciumenta como a maioria da mulherada que conheço - acho que quando evoluímos do 1o beijo, daí em diante, somos todos dificultosos, cada um é um mundo conflitando e se chocando, se insistimos em ficar juntos é pq nos gostamos, então a traição é uma possibilidade remota, que só o ciumento não percebe que dá idéia, que estimula. Ele é praticamente o co autor do chifre. E assim como a Frida, acredito que o importante não é a fidelidade, é a lealdade - contanto que não coma amiga, colega, parente, familiar e vizinha não ficarei sabendo, então como é que vai doer? Pois é, não vai. É só fazer bem feito. Certas vontades quando não são saciadas tomam medidas desproporcionais e a maior parte delas termina quando é vivida. Então tá, só não posso ficar sabendo pq sou fofoqueira profissional e ciente da coisa só Deus sabe q reação pq cada caso é único. Certas dores não são administráveis na época em que chegam, fazer o que?
Ao contrário da maior parte das minha colegas não ajo como se cada fófis fosse o último bonde rumo à felicidade - se não der certo com esse, dará com outro, pensa meu racional, embora muitas vezes o corpitcho queria o contrário, mas daí deixo ele falando sozinho pq não sou apenas um instinto! Em compensação, parei há muito pouco tempo de agir como se cada entrevista de emprego fosse o último bonde rumo à felicidade e só então elas começaram a decolar (rs). Tendo a ser mais estúpida que carinhosa. Mais irônica, debochada e exagerada que conciliadora. Mas isso já cabe aos genes do pápis - aquele cavalo adorável do qual já falei em outro post.
Bem, estamos chegando à parte mais polêmica do meu espírito anti mulherzinha típica. Quando dizem que ser mulher é trash, sempre defendo que quem tem problemas com a TPM pode fazer tratamento e nunca ficar naqueles dias. Se tem filho doer demais se adota. Mas a pior, a mais terrível parte de ser mulher fomos nós mesmas que criamos: a depilação. Nós não encaramos os marmanjos com pelos e tudo? O mínimo que podiam fazer é retribuir à altura, mas OK, nem eu mesma me encaro com a mata atlântica preservada. E há aquelas que dizem que não dói! Já perderam totalmente o senso de noção do tato! Nunca sei o que é mais avassalador: se quando passam a cera e queima até a alma ou se quando puxam e levam até o útero junto. Toda a pele fica simplesmente roxa, como quem grita: "que judiaria"! Periodicamente tento me adaptar a isso - já que gilete dá alergia demais além da conta e creme depilatório deixa um cheiro de tintura vagabunda após o desmatamento, sem contar que não dura nada. Mas nessas horas juro que queria ser como as européias que minha vizinha filmou na Itália. Acho que minha colega da yoga tem razão, os homens brazucas são exigentes demais! Ah sim, confesso vou todo mês ao cabelereiro, mas encontrei um que me atende à noite, sem precisar perder o sábado lá e sempre tenho aflição quando ele manipula meu cabelo sem água e condicionador - mas como são mais lindas as cores artificiais que as originais de fábrica! Nem eu maloqueira, despojada e desencada convicta resisto!