Atuar é tudo!
Sempre brinquei que como atriz sou uma ótima jornalista pois todas as vezes em que apresentei cenas havia mais textos meus que falas minhas. Esse ano descobri que também amo atuar pois nada mais inebriante que esquecer que é de mentira, perder o controle da voz, não ouvir mais a música ou o murmurinho da platéia. Um amigo da Casseta Mercantil tinha razão: não precisamos de memória afetiva, precisamos acreditar e viver a história do personagem. Precisei de anos de curso para na terceira oficina descobrir que ele tem razão, quando apresentei a guerrilheira que falava de tortura, luta armada, exílio e anistia. Mas é F descobrir isso aos 28 anos, quando outra profissão já te sustenta e não dá para trocar o certo pelo duvidoso, o que dá prazer pelo que dá grana. Gozado que na terceira oficina teatral da minha vida, minha veia criativa desabrochou: impressionante como criação é divino e tem vida própria, vem quando menos se espera, diferente do planejado ou esperado, quando não se tem caneta ou papel. O tempo no trânsito tem sido fértil: primeiro veio o esquete, meses atrás, depois desencanei e na semana passada, de repente, continuei a história no carro, repetindo o caminho todo para não esquecer. Sempre pensei em levar isso como hobby, para não prostituir economicamente como aconteceu com o bom e velho jornalismo, mas nessa altura do campeonato, quero mais é não abandonar nunca: palco é tudo. Como diz minha amiga de coxia Camila, desejo muita “merda” em 2006! Quebre a perna!
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