Desabafos de uma jornalista, aspirante a atriz, shiatsuterapeuta e professora de yoga...

sexta-feira, outubro 21, 2005

Devir

Um poema como brinde
sem o som de taças se tocando
a tudo que não vivi
e ainda assim dói sem ter acontecido
Aos beijos reprimidos por timidez
aos abraços não dados por receio
às paixões que não permiti
me fazerem perder a cabeça
até me reencontrar, nova
Ao que me dói sem ter sido
Ao que me dá saudade
sem ter me virado do avesso
Ao que me arrependo
Só do que não arrisquei
À vontade de voltar no tempo
E perder o sono, o fôlego,
o sossego, o rumo, a certeza...
Ao desejo de jogar tudo para o alto
em nome do inesperado
do não previsto,
do que fugiu ao controle
Ao pedido insano à Deus
de uma nova chance
de por pontos finais
onde só há reticências
À uma nova e derradeira oportunidade
De nunca mais perder uma ocasião
e de por em prática
a mais nova convicção
de só lamentar
o que se tentou.
Francine Mendonça

1 Comments:

Blogger Carline :) said...

Muito profundo o poema. Que possamos cada vez mais nos virarmos do avesso e do direito para aproveitar a dolce vitta :0) Um grande beijo

10:29 AM

 

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