Desabafos de uma jornalista, aspirante a atriz, shiatsuterapeuta e professora de yoga...

quarta-feira, setembro 20, 2006

Motorista descolada pero no mucho

Depois que confessei para um amigo do centro budista que não saia como chegar à uma festa que aconteceria na Vila Leopoldina, extremo da zona oeste e ouvi:
- Não me vem com essa, você não é uma frágil geminiana, você é uma sagitariana guerreira!
Em homenagem a ele, tenho aprendido um caminho novo por semana, praticamente. Fui a três lugares nos últimos tempos para os quais só tinha chegado bancando a passageira folgada, que quando não está atrás do volante, dorme, conversa, canta e nem se liga no caminho: Parque da Água Branca, na Francisco Matarazzo (e pensar que estagiei seis ou sete meses ali do lado, mas andando de ônibus e metrô não se aprende caminho mesmo), Santo Amaro (onde se esconde o Credicard Hall) e Pompéia (onde são encenadas as ótimas peças do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos).
Juro que tentei bancar a madrinha descolada hoje, que pega a afilhada em casa e leva no cinema, devolvendo a fofucha ao conforto do lar logo em seguida. Mas gente, quando a mãe dela falou que morava perto de um motel famoso da avenida do Estado, juro que tinha entendido que ainda ficava em Santo André. Compreensão tosca de quem estagiou no Diário do Grande ABC mas nunca, nunca andou sem perder o rumo nas sete cidades (Santo André, São Caetano onde nasci, São Bernóia onde fiz Metô, Diabodema onde trabalha a mulher de um amigo que chama a cidade deste jeito mesmo, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra). Qual não foi minha surpresa quando vi a plaquinha "bem vindo a Mauá".
Mas ainda assim estava me divertindo, liguei para a avó da minha afilhada, confessei: "que emoção, nunca vim para cá sozinha"! Veja bem, tem que ser muito peituda para ir até lá à noite. E a mamma ligando no celular, reclamando que estava me metendo num buraco perigoso, mas eu confiando na chefe que mora no A do ABC que me garantiu que lá nem era tão arriscado assim. Fazer o que, se os ingressos que ganho no trabalho pra levar a afilhada ao cinema só valem até quinta e trabalho o dia todo lá no Brooklin? Que horas posso dar uma de madrinha camarada?
Não encontrei os benditos pontos de referência estação de trem de Capuava e Cofap. Tudo bem, sou distraída e meio cega também, mas recebi instruções que me deixaram mais perdida, pois estava amiga mora perto da Avenida São Paulo e também há uma tal rua Sâo Paulo perto de uma favela por lá.
Seguindo as instruções de um santo frentista cheguei à tal fábrica da Philips (juro que é mais fácil chegar ao escritório lá no fim do mundo Chácara qualquer santo, próximo do Morumbi), só que me toquei que o cinema era 21h e pouco, já eram quase nove da noite e minha comadre já tinham me avisado que a afilhada dormia cedo!
Liguei pra ela, pedi mil desculpas e voltei para casa, grazie a Dio ela já estava com sono, pois não ia dar tempo, só de helicóptero! Tranquilizei a patrulha materna que me caçava no celular como se fosse debutante e não a quase balzaquiana que já sou - OK, faltam 1 ano e 3 meses, mas vocês não imaginam a festança que farei!! Não gente, fui incapaz de chegar à rua Bezerra de Menezes, pela qual nutro uma nostálgica simpatia dos meus tempos de espírita kardecista de carteirinha. Não será amanhã que contarei a este amigo: "aprendi mais um caminho" - pois Mauá, definitivamente é para os iniciados...