Eu não devia publicar isso, mas acho que é hora de te abortar...
ORDEM DE DESPEJO
Não é muito educado fazer isso com quem já me mostrou que estava viva, que o que julgava morto em mim podia ser aceso novamente e não havia nada de errado comigo, mas é hora de por ordem no cafofo, os pingos nos is, tirar a poeira dos cantos, desacomodar, virar do avesso, fazer doer pra fazer curar.
Venho por meio desta intimação, solicitar sua imediata retirada deste território, mais conhecido como coração, que não te pertence, onde foi fazendo camping e como num jogo de pôquer parecia te ouvir dizer:
- Ninguém sai! Ninguém sai!
Admito que também me apeguei e que fui fazendo vistas grossas para o prolongamento de sua estada e até gostando disso, cultivando esta paixonite misto de fixação e relaxamento, como uma viciada que alterna estimular e desencanar na hora certa...
Estou juntando os trapos, estou reunindo os cacos, mas não sei nem dizer como, nunca me senti tão em paz, por isso para me cicatrizar, me perdoar de vez e fazer as pazes comigo preciso que bata em retirada, para que tudo ainda fique com cara de sonho e não vá apodrecendo aos poucos. Meu velho prof de literatura tinha razão: o que fica mais forte e intenso é sempre o que não vivemos ou que fica no ar, pois o que se esgota, não permanecem reticências pra fazer doer.
Este pedido não significa um nunca mais e sim um quem sabe um dia? Mas é hora de desocupar este teimoso coração, que mais que nunca quer abrir espaço pro novo e nunca mais se apegar ao passado e nem sonhar demais com o futuro, que o presente é a delícia da vida.
1 Comments:
o presente, como o nome bem diz, ma chérie, é de fato um PRESENTE que a vida nos dá.
beijos,
da Bêbada.
www.abebadaeoequilibrista.blogger.com.br
6:50 PM
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