Desabafos de uma jornalista, aspirante a atriz, shiatsuterapeuta e professora de yoga...

quinta-feira, junho 02, 2005

Os Assaltos da Minha Vida

Já fui assaltada cinco vezes nessa minha vidinha curta. Uma mão cheia de sustos e risadas! O primeiro deles era um ladrão do tipo Rafael do grupo Polegar, pois me pediu um passe e um real. Seguiu-se a seguinte negociação:
- Não tenho um real, só um passe, serve?
- Serve.
- Pode ser intermunicipal?
- Pode.
O cara devia estar pra lá de Bagdá com tanta droga na cabeça pois tirei aquelas cartelas de passes que as empresas nos dão para usar o mês todo, destaquei um e dei na mão dele.
O segundo foi do tipo "mão leve". Tirou minha carteira da bolsa do ônibus e só percebi no metrô. Ponto para esses assaltos à moda antiga que não traumatizam ninguém!
O terceiro foi um desses pivetes com pedra na mão que se penduram no vidro do carro, xingando e exigindo dinheiro.
- Calma lá meu! O dinheiro não está aqui te esperando! Tenho que abrir a bolsa, depois a carteira, não é vapt-vupt... - bem que meus amigos dizem que se me assaltam e pedem um passe só falta dar um daqueles de centro espírita. Na hora do "vamo ver" sou inacreditavelmente calma!
O quarto foi o mais educado de todos. Quando atravessava a cidade para fazer um curso, ele me aborda, bem quando tentava diminuir meu atraso:
- Com licença, isso é um assalto! - e pegou uma bolsa preta "engana-trouxa".
Fiz um pedido de jornalista:
- Pelamordedeus, me deixa pegar minha agenda!
- Não tem laptop?
- Pode abrir para conferir.
Devolveu a pasta, pediu dinheiro "por favor". Abri a carteira e só tinha cartão de visita pois os três bancos que passei naquela dia estavam fora do ar.
- Menina vai embora! - ele surtou.
O quinto foi nas férias atrapalhadas da Bahia. Bem que viajei achando que só tinha que temer isso em SP ou RJ e dei uma de turista, tirando fotos e deixando a digital pendurada no pescoço. Brotaram vários pivetes do chão, mas só conseguiram levar um celular ralado e estourado e o cordão que estava pendurada a digital, pois disparei a correr. O que chateia nem é o valor, é a perda da inocência das férias e o cagaço que me perseguiu depois disso.
Percebi que perdi a inocência de vez, pois nunca mais caminhei sem olhar para todos os cantos e desconfiar de cada sombra... Isso é que é deprê! E que vontade de voltar para a capoeira e dar uma pezada no próximo que vier me assaltar desarmado! Não aguento mais ser mulherzinha nessas horas!