Desabafos de uma jornalista, aspirante a atriz, shiatsuterapeuta e professora de yoga...

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Brandão de coração

Decidi adotar o sobrenome dos meus ilustres avôs e trocar meus sobrenomes clássicos de sapatão de novela (repare: toda cola velcro é Machadão ou Mendonção, ninguém merece). Não me conformo que minha mãe não me deu Brandão. Não tem problema, passo por cima de toca a burrocracia brazuca e assino o novo de coração mesmo.

É um lance de numerologia sem consultar numerólogo...Não, a culpa de não ter grana para bancar um que não seja picareta não é minha. Se eu não agüento mais estar sem grana, imagine os amigos e familiares que escutam a mesma ladainha há pelo menos dois anos e meio. Casar pode ser prejudicial ao saldo bancário positivo! Acho que o nome que adotei profissionalmente não me levou para onde sonhei. Sinto que a mudança me trará bons ventos! E ultimamente tenho dado muita importância ao feeling...

Essa modificação deve ser por não me sentir mais a mesma. Não ponho mais todas as esperanças numa possibilidade como se fosse o último bote salva vida e nem fico arrasada quando não dá certo depois. Não acho mais que a profissão é a minha vida, apenas uma parte dela. Como dizia Veríssimo, não confunda sua carreira com sua vida. Não me empolgo mais com trabalhos workaholics exploradores que me encantavam há anos atrás. Não acho mais que como atriz sou uma ótima jornalista. Não acredito mais na revolução pela educação e muito menos no comunismo/ socialismo tão idealizados pelos meus familiares (será que isso foi aplicado de forma tão sonhadora e romântica em algum lugar do mundo?). Não acho mais tão absurda a idéia de se tatuar e ter aquele desenho pra sempre comigo.

Não acredito que possamos ajudar os adolescentes, pois a maioria não se ajuda e já é caso perdido. Não acho mais que natação é o esporte mais legal do mundo (só se conseguisse comprar o óculos de piscina com MP3 para espantar o tédio do movimento repetitivo). Não acredito mais em fidelidade, só em lealdade (contanto que não durma com amigos, colegas, parentes, familiares e vizinhos e não fique sabendo, tudo bem). Só acredito em revolução interna, reforma íntima, evolução espiritual. Enfim, acho que a maturidade está chegando. E ela combina com um sobrenome novo.