Desabafos de uma jornalista, aspirante a atriz, shiatsuterapeuta e professora de yoga...

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Vale a Pena Viver Para...

A gente sente que a vida vale a pena quando supera desafios profissionais. Quando percebe que consegue tirar leite de pedra. Que transforma um assunto aparentemente desinteressante numa pauta que emplaca. Quando divulga pautas ligadas ao terceiro setor e efetivamente ajuda alguém que precisa. Quando chefes e clientes reconhecem seu esforço. Quando chega no ponto de fazer pequenas extravagâncias reconfortantes com o que ganha. Quando se sente mais repórter como assessora de imprensa, tamanha a preguiça dos jornalistas atuais.

A vida vale a pena quando a gente banca o latin lover. Quando uma conversa alivia angústias insistentes. Quando descobre que não precisa ter grana para ir em barzinhos, que reunir amigos e familiares em casa é tão maravilhoso quanto, apesar de toda a bagunça que fazemos e da falta de som ao vivo. Que conseguimos ver shows que fazem valer não apenas o ingresso, mas músicas e imagens que enchem os olhos e o coração para sempre. Quando caminha em folhas secas, encontra um sol quentinho no inverno, se esquece no mar ou na piscina no verão ou se fica despreocupado contemplando flores embasbacada na primavera.

Vale a pena viver para rolar no chão com o cachorro e voltar à infância, esquecendo qualquer cansaço ou stress. Quando a gente esquece da vida brincando, conversando ou só admirando crianças. Quando um bate-papo com pessoas na Melhor Idade te fazem voltar no tempo e aprender. Quando conquista a atenção e o envolvimento de aborrescentes numa discussão de qualquer tema.

A vida vale a pena quando descobrimos que atividades físicas nos deixam com um cansaço tão gostoso no final, como quando bancamos o latin lover e nos viciamos de tal forma na liberação de serotonina no sangue, que quando não podemos fazer sentimos falta. Quando nos esquecemos para viver outro no palco. Quando nos esquecemos que é de mentira como expectadores e choramos junto.

Vale a pena viver quando nos colocamos à disposição de ajudar o próximo, seja lá quem for e somos ajudados. Quando recebemos mais do que damos. Quando meditamos e descobrimos que, milagre!, há estados de espíritos que te levam para o céu DENTRO DE NÓS MESMOS. Quando esses momentos contemplativos provam que a felicidade independe de condições externas. Quando descobrimos que podemos superar qualquer medo e aprender qualquer coisa que nos dispusermos.

A vida vale a pena quando caminhamos na praia. Quando fazemos trilhas no meio da natureza e nos encantamos com os animais e insetos que encontramos. Quando esquecemos da vida com os pés num rio fresquinho em um dia calorento. Quando nos encantamos com cachoeiras ou podemos nos enfiar embaixo delas.

Vale a pena viver quando tocamos alguém com nosso texto. Quando emocionamos em nossa apresentação teatral quem assiste. Quando somos reconhecidos pelos envolvidos em nosso trabalho voluntário. Quando nos sentimos tão tocados numa igreja ou centro a ponto de sentir vontade de chorar, mas de felicidade. Quando uma prática esportiva leva o stress embora. Quando rezamos e nos sentimos reconfortados ou atendidos.

A vida vale a pena quando um filme ou peça nos toca muito, nos ensina algo que não sabíamos ou amplia nossos conhecimentos. Quando aprendemos com um livro, que queremos devorar o mais rápido possível, mas ao mesmo tempo temos dó quando acabamos a última página.

Vale a pena viver quando sentimos que temos que escrever um conto, uma peça ou livro e apesar de não ser o que esperávamos ou planejávamos, encanta mesmo assim. Quando nos esquecemos numa rede, seja lá onde for. Quando a gente se delicia num ofurô ou hidromassagem. Quando esquecemos da vida entre amigos e familiares, em conversas divertidas. Quando rimos até cansar a barriga. Quando tomamos chuva de verão. Oba! Esse texto é maior que o da deprê, o que quer dizer que não sou tão pessimista quanto alguns acham...