Suicida
Nosso amor é kamikaze
flerta com o abismo
se equilibra no fio da navalha
quase se atira do trapézio
sem estar certo de ser amortecido pela cama elástica
Esse amor atravessa a rua
e esquece de olhar para os lados
Vira à direita e à esquerda
e nem se lembra de dar a seta
É do tipo que mergulha
sem conhecer a profundidade
Vai para a maratona sem se alongar
Se entrega antes e pensa depois
Atravessa uma frágil ponte
entre um precipício e outro
e pela primeira vez tem medo
pois sente que pode despencar
que é vulnerável às chuvas e trovoadas
Mas é tarde para voltar atrás
Francine Brandão
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