Desabafos de uma jornalista, aspirante a atriz, shiatsuterapeuta e professora de yoga...

quinta-feira, agosto 11, 2005

Queda! As Últimas Horas de Hitler!

Ontem fui matar as saudades de um dos meus programas favoritos: cineminha de quarta, mais em conta e menos cheio. Fazia só duas semanas que não ia, mas juro, parecia uma eternidade. Havia lido no Estadão um crítico chamando o pessoal para ir ao Gemini, que parece andar meio caído. É como voltar no tempo pq a sala é retrô: antiga, decoração com cara de anos 80 (leia-se brega), sala grande, atendimento personalizado (quando você liga, nenhuma gravação, tem um funcionário mesmo para aquelas dúvidas específicas)... Gente gastei R$ 3! Quase pedi a carteirinha de volta e me dispus a pagar inteira... Vi Queda! As Últimas Horas de Hitler. Estava curiosa pq ouvi falar bem, mas com medo por ser produção alemã, achando que poderia mostrar que ele não havia sido tão ruim quanto pintam. O interessante é ver um filme sobre a Segunda Guerra Mundial que não fica focado no holocausto. Deprê sim, mas sob outro ângulo: o quanto muitos alemães foram lobotomizados pelo nazismo, a ponto de se matar, assassinar os filhos e enforcar civis idosos, doentes e deficientes, sem condições para a luta, pondo neles placas como "apoei os bolcheviques/ comunistas". Nunca havia pensado no quanto uma ideologia política maluca pode levar a massa a atitudes insanas, como uma religião que cega. Dá mó dó de ver e pensar quantos civis foram abandonados em hospitais, numa cidade sem abastecimento, pq Hitler dizia que o pior defeito do homem era ter compaixão. E o mais doido era esse pateta ser carinhoso com os animais e beijar o cachorro. Ator mesmo foi o cara que incorporou tào bem o homem do bigodinho pq haja despojamento de ideologias para dar vida à um assassino como aquele... Ele ia se encurvando ao longo do filme, conforme ia perdendo forças, a razão e o apoio. Impressionante! Me pergunto até agora: será que a maioria dos 50 milhões de mortos nessa guerra era nazista ou civil que não tinha culpa de um regime tão condenável subir ao poder? Quantos dos mortos em campos de concentração eram comunistas como a Olga de Luís Carlos Prestes? Ou gays? Ou ciganos? Na semana passada, o núcleo Heliópolis do Educafro onde dou aula voluntária de redação tinha apostilas de história dos afro descendentes. Sei que são a maioria dos pobres hoje em dia e há uma dívida a ser resgatada. Mas e a história dos índios? Ninguém conta? E dos excluídos das minorias, quem se lembra?

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Nossa, Fran, hoje mesmo estávamos discutindo isso na aula de literatura brasileira. É muito triste essa ignorância em que a maioria vive, né? Acham que o mundo é aquele apresentado nas novelas e no Jornal Nacional.

1:58 PM

 

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