Desabafos de uma jornalista, aspirante a atriz, shiatsuterapeuta e professora de yoga...

quinta-feira, julho 13, 2006

Balada do Aborto Sentimental

Não chorei a perda do amor maior/ Porque lamentaria a morte da paixão fugaz?/ Não me dou o direito de sofrer/ havia pedido pelo sentimento avassalador/ Que não se segura nem no primeiro dia/ Que a cada novo encontro, transborda de novo/ Mas sentia que não era duradoura e nem confiável/ que era boa demais para ser verdade/ que se não tivesse meia dúzia de gatos pingados como testemunhas/ jurava não ter passado de sonho/ Nos primeiros dias lembrava/ e sentia borboletas no estômago/ Mas tinha que me esforçar/ para lembrar do seu rosto/ Nas semanas seguintes, o frenesi diminuiu/ Me perguntavam se sentia saudade/ e eu não encontrava isso em mim/ a areia estava escorrendo pelos dedos/ Brincar de esconde esconde/ Era engraçado e irritante/ Correr atrás sozinha/ confesso, dava preguiça e cansava a beleza/ despertada há tão pouco/ E com tudo remando contra a maré/ Me flagrava com sonhos de quem/ quer algo mais, ir além/ E estranhamente não precisava/ e nem cobrava entrega à altura/ Era como se o renascer/ de sensações adormecidas há tempos/ me bastasse e me suprisse/ De repente essa névoa de expectativas/ que vão e vem como o mar/ é abortada/ Ou fica no ar/ Sei que isso pode ser o fim/ Ou não há de ser nada não/ Não encontro lágrimas por nós/ Não existe perda quando mal há história/ É que a velha chama reascendeu e não há de se apagar mais/ Com ou sem você