Meu primeiro filho cênico
O fim de semana teve uma experiência engraçada: quem já é tradicionalmente conhecido por parecer ligado no 220 V e fazer mil coisas ao mesmo tempo não pode tomar energético nem a pau. Passei o sábado enchendo o nariz de sucos estimulantes. Conclusão: dormi mais de duas da manhã sábado e acordei antes das sete domingo. Na pilha. Sem sono nenhum. Ainda não sei se foi essa bebida para dar mais gás ou minha primeira inspiração inadiável dramatúrgica que me impediram de dormir. Para não perder o costume, também saí da cama pela fome. O gozado é que há meses atrás havia feito uma crônica tirando sarro das dificuldades do casamento, mas não sei mostrei ao Grupo Lendário da Companhia Extra, do qual faço parte. Pois ontem a crônica virou peça, me tirou da cama e finalmente pari meu primeiro rebento para os palcos: A Comédia da Vida Privada do Casamento ou Comédia de Humor Negro do Casório, com dez cenas. Geralmente o processo criativo é lento e doloroso, praticamente um parto de fórceps. Essa nasceu em uma hora e meia. Foi um parto normal! O que me espanta é que tudo que comecei no computador: livros, peças, poesias, nunca consegui terminar. E essa nasceu no papel, foi escrita de próprio punho, inspirada na crônica que nasceu no computador e não veio parar aqui sei lá porque. Minha primeira peça nasceu! Não vejo a hora de fazer a leitura branca (sem interpretação) com meu grupo sábado. Palcos paulistanos, me aguardem!