Desabafos de uma jornalista, aspirante a atriz, shiatsuterapeuta e professora de yoga...

domingo, dezembro 31, 2006

Como não podia deixar de ser, tempo de fechar p/ balanço

Este ano mudei de estado civil, de trabalho para emprego, de espaço de yoga e academia minúscula para um único local de prática esportiva maior e fashion, de técnica meditativa, de curso técnico para curso livre de massagem, de amigos, de nome usado profissionalmente, de cliente, de editoria, de opinião, de postura, enfim, só não troquei de sexo!
Como não aguentava mais fazer chá de alho pra matar lombriga, matei a vontade de gandaiar até dizer chega, conheci os bares que queria, as casas noturnas que estava a fim, vi os shows que namorava há tempos, recebi novas amigas de outros estados em casa, vi afastarem antigos colegas e aproximarem novos amigos.
Me senti viva de novo, dei uma segunda chance, deixei a culpa de lado, realizei fantasia de aborrescência, comecei a curtir os momentos fugazes felizes que deixava passar batido, comecei a me relacionar com as coisas e as pessoas sem esperar nada de volta, comecei a fazer as pazes com meu lado feminino, destravar o que bloqueei inconscientemente, iniciei a celebração da vida, relaxei no desconforto de que a profissão e a vida amorosa não são o que queria - ambos se tornaram melhores do que poderia sonhar, idealizar ou romantizar - fiz as pazes com Deus, desencantei com o budismo e voltei a cair de amores por ele, descobri meu contentamento adormecido.
Nunca estive tão dura, mas também nunca olhei tanto pra dentro, busquei meus silêncios, tentei criar meus espaços e me orgulho dos retiros Ioga dos sonhos, de yoga, de meditação do Osho, de tantra e para fechar o ano com chave de ouro, 72 horas de paz no CEBB, do sensacional Lama Padma Santen, responsável pelo meu primeio reveillon sem viajar e nem ficar deprê.
Pra coroar, encerro o último post do ano vibrando por saúde e paz de espírito para mim e todos que amam e com as frases que mais me tocaram neste ano:
"A vida é tão rara!" Lenine
"A vida é maravilhosa pra quem não tem medo dela" Chaplin
"Temos que ser a mudança que queremos no mundo" Gandhi
"Não há caminho pra paz, a paz é o caminho" Gandhi
"Estava tão obcecado em chegar que me esqueci de que era preciso caminhar" Paulo Coelho
"Temos que exercer a liberdade de não nos deixar envolver pelo que nos dizem, fazem ou sentem de negativo" Lama Padma Santen
"Onde estiver seu foco, lá estará sua energia" Nishok
"Seja o que for, deixa sair, você já guardou coisa demais aí dentro" Nishok
"Vá além da sua zona de conforto" Lama Tséring
"Relaxa no desconforto!" Prof de Yoga II
"A verdade é um caminho sem caminho" Khrishnamurti

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Presentinho de niver

Ela também ama os palcos, estudou francês, assume os cachos, é libertária no discurso e na prática como poucos, lê Osho, curte Moda, encana com o peso e é pró educação alternativa, quase como a camarada que vos escreve, um pouco mais eu diria pois é a única amiga mais moderna que eu, bem no estilo do meu colega do trabalho: "século XXI pelamordeDeus!"
Antes de conhecer minha mais nova velha amiga - destas que parecem de casa embora tenham acabado de chegar, já gostava no descritivo e na imaginação, que nossa colega em comum "punha lenha na fogueira", intermediou nosso encontro via Orkut antes e pessoalmente numa noitada de Luluzinha inesquecível no Piratininga, do nosso bairro boêmio do coração, Vila Madá.
Faz suas próprias roupas e bolsas como ninguém, deve ser um arraso no teatro, dá aula de francês pra não perder o contato com a língua, vê filmes lado B, tem uma filhota com nome que fez história na MPB, dá oficina de costura na escola da rebenta, mistura estilos sem perder a graça, não dá muita trela ao que pensarão dela, me empresta livros que mudaram a sua vida e me fizeram sentir meio burra por empacar logo no começo, conferiu a Bienal comigo embora tenha perdido a paciência com a instalação da bolha de plástico que a criançona aqui quis subir... Até no apelido é diferente: se não me falha a memória, abraço em tupi. É única!
Como nem tudo é perfeito, tem o que minha avõ classificaria de "loucura mansa": furar quando combina com os amigos, nem disfarça quando não curte o programa como capricorniana típica e aos olhos de jornalista que já vai direto ao ponto no discuro e no texto, devaneia para contar suas histórias, todas boas, algumas impublicáveis que ninguém é de ferro e outras que parecem filme, mas dá vontade de viver parecido, nem que seja na imaginação. Também ama escrever, mas tem textos mais imperdíveis que os deste site e sopra as velinhas hoje, só que meu presentinho da geração blogueira não foi tão visceral quando o que ganhei virtualmente pouco mais de 20 dias atrás. Sorry, T, juro que tentei mas não fui tão orgânica, como diria minha primeira profe de teatro. Quem sabe ano que vem?

Presentinho de niver

Ela também ama os palcos, estudou francês, assume os cachos, é libertária no discurso e na prática como poucos, lê Osho, curte Moda, encana com o peso e é pró educação alternativa, quase como a camarada que vos escreve, um pouco mais eu diria pois é a única amiga mais moderna que eu, bem no estilo do meu colega do trabalho: "século XXI pelamordeDeus!"
Antes de conhecer minha mais nova velha amiga - destas que parecem de casa embora tenham acabado de chegar, já gostava no descritivo e na imagnação, que nossa colega em comum "punha lenha na fogueira", intermediou via Orkut antes e pessoalmente numa noitada de Luluzinha inesquecível no Piratininga, do nosso bairro boêmio do coração, Vila Madá.
Faz suas próprias roupas e bolsas como ninguém, deve ser um arraso no teatro, dá aula de francês pra não perder o contato com a língua, vê filmes lado B, tem uma filhota com nome que fez história na MPB, dá oficina de costura na escola da rebenta, mistura estilos sem perder a graça, não dá muita trela ao que pensarão dela, me empresta livros que mudaram a sua vida e me fizeram sentir meio burra por empacar logo no começo...
Como nem tudo é perfeito, tem uma espécia de psicose razoavelmente tolerável de furar quando combina com os amigos, nem disfarça quando não curte o programa como capricorniana típica e aos olhos de jornalista que já vai direto ao ponto no discuro e no texto, devaneia para contar suas histórias, todas boas, algumas impublicáveis que ninguém é de ferro e outras que parecem filme, mas dá vontade de viver parecido, nem que seja na imagincação. Ah sim, também ama escrever como yo e sopra as velinhas hoje, mas meu presentinho da geração blogueira não foi tão visceral quando o que ganhei virtualmente pouco mais de 20 dias atrás.

sábado, dezembro 16, 2006

Fechada pra balanço?

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa
Não podia ter me dado presente maior no fim do ano que o grupo Tantra Caminho do Coração. É um reaprender a se conectar com o sensitivo, o sensorial e o feminino - meio deixado de lado para que mostrássemos nosso valor no mercado de trabalho, sob pena de perder a familiaridade com o intuitivo tão natural em nós. Foi a primeira vez em que voltei sem palavras e ao contrário dos outros, sem ver a hora de por tudo no papel. É que todas as denifições e conceitos são poucos para dar a amplitude de como é transformador. Voltar é se perguntar como todos continuam dormindo, é comprovar que o sentido da vida passa pelo caminho espiritual, de auto conhecimento e também por tudo pra fora pela cultura. E cada um chega às suas próprias conclusões do que é essencial para não perder de vista o quando a vinda é maravilhosa, com letras maiúsculas e separação de silabas. Por mais que se descreva, as palavras são tão poucas. Dizer que foram feitos exercícios de relaxamento, afetividade, descontração, massagem e respiração não dá idéia de como a energia com a qual entramos em contato é ampla, divertida, apaziguadora, especial, reconfortante e inebriante. O nome não podia ser mais apropriado: é fazer as pazes com o sentir, com o que aquele órgão dentro do peito pede e não ouvimos. Como guardamos sentimentos inconscientemente! Graças aos terapeutas adotei o lema "Seja o que for, deixa sair/ você já guardou demais/ isso te faz mal". Quanta amorosidade! Ô saudade boa!
Voltei num estado de encantamento, de querer sentir, por para fora, amar, perdoar, ter compaixão, paciência, tolerância... Dava a impressão de que nada levaria embora este bom humor - mas que nada, a conjutivite confirmada e os sete dias de "claustro" na marra me deixaram arrasada. Nada de confraternização de fim de ano, dançar, meditar, ver os amigos, trocar massagem, fazer yoga, pilates, meditar... Não posso beijar ou abraçar que este catzo passa! E como é que tem gente que diz: que legal, você ficará de repouso! Não são férias que você curte feliz e contente! Concordo com aquele diretor de cinema e teatro alemão Fassbinder "quando morrer, descanso". Mas o consolo é aplicar o que a antiga prof de yoga recomendava: "entrou em contato com uma emoção, aceita que ela se esvai. Se negar, toma proporções maiores do que merece". Momento de emputecer e não me venha pedir calma, que no momento não é possível!
Mudando de pato pra ganso, nunca tinha bebemorado tanto meu niver: quatro dias seguidos! Uma delícia! Como dia uma amiga que faz ainda ter orgulho do ser humano [+ sobre lea no fim deste post]: "hoje eu só tenho a agradecer" pois comemoramos aniversário também pelos que não gostam de ficar mais velhos. Concordo com meu finado avõ, uma das pessoas mais animadas que já conheci: "se não quiser morrer tem que envelhecer". Depois de tanta farra, fechei para balanço. Como era de se esperar no primeiro niver livre, leve e solta, o quórum foi muito menor, mas ao menos quem compareceu é ponta firma mesmo e pela primeira vez ganhei meia dúzia de presentes que estes sim, têm tudo a ver comigo. Uma solidãozinha e angústia me espreitaram lá pelo quinto dia de bebemorações. Acho que me aborreci por ter gasto $ e a parentada ter furado, ter acreditado que os primos chamariam os tios e ainda não ter aprendido que quase ninguém cumpre o que diz. Percebi que preciso atingir o meio termo entre não grudar demais na família ea ponto de dar choque e nem afastar demais e esfriar de vez pois na hora do "vamo ver" são eles que estão lá firmes e fortes. Daí a gente aceita a emoção não muito agradável e ela se esvai! Não dura nem meio dia! É porreta a técnica de acolher o que não queremos sentir, evapora feito fantasma de filme de terror de quinta.
Quero terminar registrando o quanto admiro duas amigas mais que guerreiras, que merecem aquele slogan "sou brasileiro e não desisto nunca": uma delas está na Amazônia, fazendo um trabalho voluntário de comunicação comunitária com a ONG Saúde e Alegria. Vendo as fotos no http://chuchuzinha.blogspot.com/ até dá vontade de fazer as malas e me dar um período sabático. Ok, quando ela conta da adaptação aos bichos e insetos este desejo passa (rs). Não, ela não é rica, nem conta com paitrocínio: seus bens se limitam a um colchão e uma mala de roupas e trabalha apenas para fazer sua reserva e viajar na seqüência. Provavelmente será como ela prevê: aos 40, 50 terá as melhores histórias nas reuniões de amigos, mas provavelmente nenhum carro, nenhum apê. Admirável! Como se não bastasse esta atitude extraordinária é boa fotógrafa, prof de yoga, jornalista, amiga, budista, coração de ouro...
Outra brazuca que dá gosto é minha ex estagiária, que está se formando e - pasmem - não vai para nenhum programa bam bam bã de trainee. Conseguiu aprovação para seu projeto de revitalização de cortiços no litoral e está batalhando para conseguir com uma rifa de cesta natalina os restantes R$ 800 que lhe faltam para por a massa rumo a um mundo melhor. Caso posso ajudar esta empreitada com a bagatela quantia de R$5, visite: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=701280589567839436, ligeiramente desatualizado, mas com uma ode à mudança no perfil que vale a navegação. Fuerza siempre!
Dei o registro do quanto acho as duas incríveis por nunca deixar de acreditar que de notícias boas também se faz o mundo. Em tempo: estudarei em 2007 para dar aula de yoga, depois de ouvir de dois ex chefes que sou zen demais pra comunicação e não deve ser à toa que ambos recomendaram esta prática de auto conhecimento e a massagem. Com este último só consegui permutas: mas o que pode ser mais delicioso que fazer alguém dormir com o toque das mãos? Ainda me encanto com o jornalismo e suas possibilidades em comunicação interna, terceiro setor, políticas públicas... Mas só ele não dá conta da minha ânsia de sorver a vida em grandes goles. Ainda tenho sim, a pretensão de abraçar o mundo...