Desabafos de uma jornalista, aspirante a atriz, shiatsuterapeuta e professora de yoga...

terça-feira, maio 31, 2005

Meio zen, meio descompensada

Para alegria dos meus primos catequista e coordenadora da Pastoral da Juventude, nunca tive tanta fé de que Deus escreve certo por linhas tortas. Verdade. Meu último trabalho estava cutucando demais minha gastrite, insônia, prisão de ventre e afins. Nunca acreditei tanto que para abrir uma porta Ele tem que fechar uma janela e que não dá o que quero quando peço ou como sonho, mas quando realmente preciso. Passei meses atrás de coisa melhor mas só quando saíram comigo de lá começaram a aparecer entrevistas. Pela primeira vez na vida não estou teimando com o que sempre quis e vencida pelo cansaço, falo para Ele: "fui muito atrás do que sempre sonhei, não rolou e pela primeira vez acredito que devia ser melhor para mim dessa forma. Mas fazendo o que não sonhei, desandou também. Quer saber? Faz aí o que for melhor para mim! Definitivamente não faço idéia do que seja... "
Apesar de acreditar em tudo isso, ando mais gangorra que nunca. Credito esses altos e baixos à falta de várias coisas: yoga e natação (o médico pediu apenas um longo mês sem exercícios), do centro budista (sem dirigir e dependendo dos outros, não encontrei caronas tão dispostas), do psicólogo (mesmo problema de não terem me liberado o volante) e da acupuntura (ainda o afastamento temporário do carro mão na roda). Bem que o namorido fala que ainda vou rasgar os olhinhos para me "orientalizar" de vez. Passo o dia meio zen e meio descompensada, numa hora com fé de que volto ao batente rápido e outra deprê por tantos entrevistadores "terem gostado de mim e prometido retorno", mas até agora só meus pais e meu namorido me ligam...
E não me venham com essa história de correr atrás do que gosto! Faço isso há tanto tempo que já estou com a língua de fora de tão exausta! Agora vou atrás é do que dá grana, já estava mais do que na hora de ser mercenária e capitalista com tantas contas chegando após o casório. A profissão serve para isso também! Quem disse que nossas reportagens mudariam o rumo do mundo? Já tenho boas histórias para contar quando me aposentar dos tempos de rádio, TV, jornal, revista, site e agência e aperto total... Nas horas vagas faço minhas videorreportagens de cultura e terceiro setor que tanto gosto. Sem ter que ouvir pedidos de aborto da pauta por contrariar interesses dos anunciantes/ acionistas/amigos dos donos...
Estou me sentindo como a personagem da Juliana Paes no filme Mais uma Vez Amor, quando confessa ao namorado de idas e vindas: "não li todos os livros que queria, não ouvi todas as músicas, não dancei todas os ritmos, não conheci a Patagônia, quando morrer não farei nenhuma diferença". Não se assustem! A maturidade deve ser isso, um misto de pé no chão realista com amargura de não chegar tão longe quanto se sonhou... Daqui a pouco a balança pende para um dos extremos, mas volta, não tem problema...

domingo, maio 29, 2005

Estréia na Parada Gay

Há anos quero ir na Parada do Orgulho Gay em São Paulo, mas de tão distraída, só quando começo a ver as matérias na TV percebo que devia ter agitado com antecedência com os gays da minha vida. Estava devendo aos meus amigos e colegas do jornalismo e dos cursos de teatro que tanto gosto, marcar posição e defender os direitos deles, como qualquer cidadão comum. Há uma semana meu colega de teatro lembrou de me chamar. Passei a semana cantando Glória Gaynor para entrar no clima.
Gente, estou um caco! Mais de cinco horas andando! Do metrô Brigadeiro na Paulista até o República no centro. Fora as imprevistos de derrubar meus óculos, passar a mão nos meus peitos para se desculpar (era para conferir se não era silicone?), me queimar com cigarro, tomar um banho de cerveja e ganhar um beijo no rosto de uma traveca doidinha, fazia tempo que não me divertia tanto...
Nunca dancei tanto de graça, voltei à infância no carro da Trash 80's cantando música do Heman e da Xuxa, reencontrei colegas jornalistas trabalhando e protestando, alunas do cursinho comunitário pré vestibular em que dou aula, fiz novos amigos, dei risada pra caramba, cantei até cansar, achei uma graça a terceira idade e a criançada que encontrei por lá, me surpreendi com a criatividade das Drags, carreguei bandeira, nunca vi tanto homem bonito e com corpão, desacreditei da capacidade das travecas andarem de salto por tanto tempo...
Vim fazendo uma listinha na cabeça (como gosto disso!) das descoberta na minha primeira parada gay:
*
se você não ficou surdo depois dessa, nunca mais vai ficar;
* nunca vi tanto top less de silicone convicente na vida;
* a Paulista também pode virar praia! Só não vi canga... Mas biquini e sunga tinha de monte;
* nunca teremos 1/3 da vaidade das Drags;
* as fantasias mais criativas são a melhor forma de se esconder de quem quer que seja;
* nem tênis nos poupa do cansaço de 5 horas de caminhada;
* os organizadores sempre superfaturam o número de pessoas presentes, a Polícia Militar, derruba a quantidade de gente lá embaixo e os jornalistas nunca sabem em quem confiar, por isso acabam usando todas as estimativas;
* o corpo de muitas transexuais é bonito demais para ser verdade;
* há gays que são "mais mulheres" que nós;
* há muitas lésbicas "mais homens" do que os autênticos que conhecemos;
* há transexuais que querem tudo o que a mulher tem, incluindo o inferno da celulite;
* depois essa experiência nunca mais você se espantará com nada, o que é um exercício recomendável para qualquer jornalista;
* há gays e lésbicas que agem como se o mundo fosse acabar amanhã e o beijo estivesse em extinção, por isso é preciso curtir tudo hoje;
* o real significado da palavra diversidade;
* o que é sorver a vida em grandes goles;
* que devíamos aprender com eles a viver plenamente nossa sexualidade;
* que a diversidade de imagens ali é o sonho de qualquer fotógrafo e cinegrafista;
* que posso andar e dançar ao mesmo tempo;
* que só marinheiros de primeira viagem esquecem boné, óculos escuros, protetor solar e garrafa d'água;
* que é inacreditável que eles ainda tenham que pedir pelos seus direitos pois já cumprem suas obrigações;
* que são ansiosos, inseguros, ciumentos, dramáticos iguaizinhos a nós quando se relacionam;
* que infelizmente o beijo das mulheres ainda choca menos que o dos homens;
* que entre eles também existe preconceito contra os transexuais e travestis;
* que aquela parada deve ser a melhor fonte de inspiração para estilistas e maquiadores;
* que provavelmte nunca terei gás suficiente para ir atrás do trio elétrico em Salvador;
* que quase todos têm histórias familiares complicadas de preconceitos;
* que poucas coisas podem ser tão arrasadoras quanto ouvir "que preferia um filho bandido";
* que foi uma pena não levar a filmadora;
* que são os gays e não os diamantes os melhores amigos da mulher;
* que é natural que queiram os mesmos direitos civis dos casados, mas pq raios vcs querem
jurar oficialmente promessas que provavelmente somos incapazes de cumprir?!!
Obrigada amigos/ colegas gays, por reunir o que há de melhor nos homens e nas mulheres!




sábado, maio 28, 2005

Pequenas Alegrias da Vida

Esses dias estava relendo os cartões que ganhei no casamento e entre tantos clichês (também já escrevi muitos!), li o mais sábio deles: "É importante descobrir a felicidade na tranqüila passagem dos dias e viver o cotidiano agradecendo as coisas naturais. A felicidade está oculta na vida cotidiana. Ela é uma jóia espiritual e podemos encontrá-la, com certeza ao observarmos atentamente ao nosso redor. Recrie tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e plantas, roseiras e faz doces. Recomeça" Como isso é verdadeiro! Também tem a ver com aquela frase típica de livro de recordações: "a felicidade está dentro de você mesmo", que só começou a fazer sentido quando comecei a meditar e encontrar estados mentais abençoados, serenos, plenos EM MIM! A felicidade nunca estará no trabalho, nem no que temos, nem no que sonhamos. É impossível associar felicidade a obrigações, necessidades, sobrevivência típicas de qualquer emprego... Por essas e outras sou e fui tão feliz como professora de redação voluntária, ensinando TV comunitária para jovens carentes, incentivando leitura de crianças... Nesse ponto, os espíritas tem razão: fora da caridade não há salvação. E nem realização! Agora que comprei uma filmadora, fazer videorreportagens sobre projetos culturais que revolucionam comunidades carentes virou outra fonte de felicidade. Essa semana finalmente fiz minha estréia: filmei e entrevistei os envolvidos no mosaico de sol pela paz, parceria entre ONGs e uma escola municipal paulistana. Ainda não tenho todos os acessórios que preciso, meu computador trava fazendo o básico, que dirá editando, o sonhado upgrade só virá quando voltar ao batente, mas já fiquei tão feliz de registrar como o trabalho comunitário forte que há próximo à maior favela de Sampa! A felicidade não pode ser o marido ou namorado que temos ou sonhamos, começa em nós mesmos, em ter capacidade de rir das dificuldades, em ficar bem consigo mesma. Ninguém pode te dar o que ainda não encontrou tão próximo e ao mesmo tempo tão longe: em nós mesmos!. Ainda estou aprendendo pq infelizmente há 3 dias estou chateada com o retorno que não tive de uma entrevista que amei. Mas graças a Deus ou a Buda, ou ambos, não deixo mais que momentos fugazes de felicidade escapem. A reunião de amigos sem grana para botecos, bancar o cupido e saber que há um começo promissor entre duas pessoas maravilhosas, concentrar-se nas braçadas durante a natação, virar do avesso na yoga e ao fim sentir um cansaço tão bom quanto o do sexo, descobrir que esporte não precisa ser tortura chinesa, ver uma peça que te toca tanto q tempos depois ainda dá gosto de falar ou lembrar, ver um filme que te faz descobrir incríveis coisas novas, ler histórias que poderiam ser romances se não fossem reais, cantar sem se importar em não ser profissional, dançar como se ninguém estivesse vendo, ajudar alguém sem esperar retorno, se colocar no lugar do outro, caminhar à beira do mar ou no meio da natureza, ficar abraçadinha ao cachorro, chegar às estrelas ao lado da pessoa amada, dizer a quem se ama como são importantes, enxergar o que achava serem problemas por uma outra visão imparcial, dar toda a corda possível a uma criança ou idoso que te conte novas e fascinantes histórias, esperança que enche a alma... Demorou, mas finalmente descobri que felicidade não tem nada a ver com o trabalho! É muito, muito mais sublime que isso. Tem sim, um pouco a ver com o companheiro(a). Mas depende em sua maior parte de nós mesmos. Raramente deixo transparecer, mas sou uma pessoa de fé. Revoltada, contestadora... Cuja fé vai e volta. Mas está sempre ali. Basta buscar com afinco!

Gourmet Descontrol II

Sou viciada em queijo. Acho que é como sexo, até quando é ruim é bom. Sou como os mineiros, pois quando perguntam se gosto de homem digo que sim, mas de queijo, "vixe"! Devo ter mesmo dependência química pois quando minha iguaria favorita acaba e o mineiro que abastece a região demora a voltar, tenho síndrome de abstinência. Há outras paixões, como pizza, penne quatro queijos, sorvete, culinária japonesa e indiana... Pronto acabou. Comecei confessando o que gosto, para confessar q na maioria das vezes, não gosto de comer. É apenas uma necessidade. Para mim não está entre as melhores coisas da vida, ao lado de dormir, como acham meus amigos e familiares fãs de chácara no meio do mato. E depois não entendem quando digo que para comer e dormir fico em casa! Só topo ir para o fim do mundo quando fazemos caminhadas, vamos ao encontro de cachoeiras, rios e grutas. Qual é a graça de ir para uma fazenda, chácara ou sítio quando a gente se satisfaz com um pedaço de churrasco no meio do pão com alho ou se foge do sol para não arder, descascar ou ter câncer de pele? Bem, voltando à cozinha, não posso culpar a mamma por não amar comer: reconheço que fez o inimaginável para que comesse de tudo! Mas sei lá, se não for as paixões citadas acima, tenho até preguiça de parar o q faço p/ comer. E minha fome colabora: quando não atendo no momento em que o estômago ronca, volta em seis horas ou mais! Não, não sou anoréxica ou bulímica, até pq definitivamente não me acho magra... Meu metabolismo é ligado no 220 V: energia caiu, queimou! Por essas e outras acho tão fácil controlar a boca... Cozinhar p/ mim é como estacionar: acho lindo quem consegue e gosta, mas por favor me deixem passar dessa reencarnação sem ter que aprender isso... Amaria ter $ suficiente para sempre q a fome batesse comer fora uma das paixões já confessadas. Enquanto tenho que preparar, corro para a casa da mamma, no prédio vizinho e encaro o q tiver lá, por pura necessidade! Sou do tipo q adotaria uma ração como a dos cães e gatos, para facilitar a vida e comer menos bobagens. Cozinhar parece teatro: horas de trabalho para a curtição acabar tão rápido. Por essas e outras, concordo com meu terapeuta: como é que a medicina se presta à patologia, cortando parte do estômago de quem não consegue controlar a própria boca? Acho que é como cortar os dedos de quem não pára de fumar! Uma mutilação. Conheço quem fez e ainda pensa e como como gordo, pq vive com dores... Mudar a cabeça é tudo! De novo, os budistas têm razão. E que saudade do penne quatro queijos da Tratoria, Dio santo!

Amor, estranho amor

Na semana passada aconteceu um milagre, acho q até por isso choveu: saí com meu pai e não brigamos. Ele me levou a uma entrevista, depois fui com ele trocar o bilhete do metrô na outra ponta da cidade, sem stress. Como isso seria bom demais para ser verdade, no dia seguinte, quando me levou a uma segunda entrevista, fomos nos estranhando. Já estava meio nervosa por perceber que o lugar era longe, que a região me deprimia, que achei tudo com cara de "boca de porco", mas como se isso não bastasse, ele ficou me aporrinhando que não dava para trabalhar tão longe, que não adiantava fazer teste no fim do mundo, como se quem estivesse parada pudesse escolher muito. Ando cada vez com mais preguiça de bater boca com ele, exceto quando solta suas máximas preconceituosas. E pensar que passei anos discutindo certa do racismo dele, para depois de uma viagem à Bahia e um presente de CD de capoeira, descobrir que a paixão dele era me irritar e nào havia preconceito algum, assim como fazem meu marido e amigos, só para me verem "subir no palanque" e me indignar. No fim de mundo em que me encontrava, lembrei do meu primo que diz que quando viaja, vê casinhas pobres na beira da estrada e fica deprimido. Também fiquei ao perceber que havia meia dúzia de gatos pingados em forma de prédios comerciais tão ricos e ao redor tanta miséria! E olha que também moro na periferia, ao lado da maior favela de Sampa! Mas será possível que não fazem nada pela comunidade local? Não descobri buscando pela internet... Voltando ao stress familiar, meu pai continuava a me espizinhar. Temos uma estranha relação de amor e ódio, pois somos capazes de dizer barbaridades um ao outro, dessas que fazem os amigos afirmarem que nunca falariam isso aos pais sem perder os próprios dentes e cinco minutos depois estarmos abraçadinhos, já fazendo as pazes. Minhas tias têm razão: a gente dá o q recebe e nesse caso, o relacionamento não poderia ser outro, pq desde q nasci estou acosumada às explosões e estupidez típicas de família. Não sei pq cargas d'água meu marido e minha mãe ainda ficam nervosos quando fazemos nossos típicos "pampeiros". Tudo explodirá e acabará calmamente em 5 minutos! Pq ñ se acostumam? Dizem q sou igualzinha a ele e por isso brigamos. Imagine! Sou uma versão muito melhorada dele! Sou exagerada, irônica, debochada, teimosa, mas ele já é falta de educação! Ao menos sabemos exatamente o q esperar de estourados grossos como nós, já os falsos calmos que me rodeiam fora da família em que nasci são sempre imprevisíveis, praticamente uma bomba-relógio, q explode quando menos se espera...

Viva! Viva! Viva a sociedade alternativa!

Estou lendo "Naquele Tempo em Arembepe", que não chega a ser um documento histórico mas mostra como os hippies foram parar no litoral norte da Bahia e continuam até hoje lá, meio parados no tempo, achando a maior novidade do mundo quando contei que já existe conversão do carro para gás sem ser com bujão de cozinha, que é proibido. Cheguei dizendo que tinha vontade de ficar lá, pena que me faltam talentos manuais para viver do artesanato. Minha herança genética da minha mãe, que toma uns três banhos por dia, se manifestou ali: é preciso não tomar banho, escovar os dentes e lavar a cabeça para protestar contra o sistema capitalista e mercenário? Ironias, deboches e exageros típicos da Françaine deixados de lado, o livro também mostra o quanto quem viveu nos anos 60 tinha opção de escolha: ser hippie, entrar para a luta armada, fazer parte do desbunde do amor livre sem paralelos hoje em dia. Tirando o fato de que sou "fresca" demais para a primeira opção e pragmática demais para a segunda (que me perdõe minha adorável sonhadora "primutcha" que ainda acha que temos que pegar em armas e bancar os cabra cega contemporâneos VEJAM ESSE FILME NACIONAL, O FINAL É DE CHORAR NO BOM SENTIDO)... Bom Cá, desculpa mas acho que um Che Guevara e uma Sierra Maestra só acontecem uma vez a cada sei lá quantos séculos. Nesse ponto só acredito em revolução cultural: se houvessem mais voluntários em comunidades carentes. ensinando dança, música, teatro, artes plásticas, fotografia, vídeo, grafite e afins, haveria menos aspirantes a traficantes nessas regiões pq a maior parte da molecada encontraria um sentido na vida que os impedisse de se arriscar a entrar para o crime e provavelmente morrer antes dos 15 anos. Enfim, acredito que hoje em dia deveria ter ao menos algum resquício dos partidários do desbunde do amor livre. Parece que andamos para trás nesse sentido. Minha amiga Estela que está vivendo na Espanha mostrou que não é em todo país que pensam que somos assanhadas carnavalescas. Ao contrário, lá para aquelas bandas acham que somos caretas demais pq vacilamos muito em ir para a cama no primeiro encontro e no que vão pensar se baixarmos a guarda logo de cara. Em muitos lugares da Europa, fica-se junto logo na primeira vez e geralmente passa-se muito tempo junto depois, a menos que a química realmente não combine. Moderno não? Testar logo de cara se o que interessa funciona ou partir para outra. Conheço quem defenda e pratique isso por aqui e receba os piores adjetivos. Bom, até quem defende mas não pratica já é rotulada da pior forma... Imagine quantas chances você já perdeu de ir a fundo no auge da paixão inicial por conta do que os outros vão pensar. E quando partiu para os finalmentes o que interessa já havia se tornado meio morno... E por essas terras tupiniquins, retrocedemos meeeesmo. Ainda há quem ache o máximo se vangloriar de "suas" mulheres de um homem só por toda a vida, como se isso fosse uma escolha e não um acaso do destino que tem muito senso do humor negro, outros que desdenham o que não conseguiram comprar ou reclamam que perdem o T quando sentem que o objeto do desejo é flácido... Ô meu Pai! Onde vamos parar? Para a maior parte deles ainda somos apenas um "buraquinho quentinho e aconchegante"?! Ainda sou daquelas românticas, sonhadoras e idealistas que se choca quando percebe que não evoluimos espiritual e amorosamente o mínimo suportável! Digo em causa própria pq é claro que ainda tenho muito a aprimorar em mim! A vida é lerda demais para as melhorias espirituais, amorosas e profissionais ou eu que sou speed além da conta? E meu comparsa no crime de ainda teimar em viver juntos acha uma piada quando digo que não entendo quem diz que quer ir embora para o interior pq se sair dessa megalópole quero log0 ir para o meio dos índios ou viver numa ecovila, em que todos plantam, todos colhem, trabalham comunitariamente e têm tempo para a família, amigos, esportes e práticas espirituais. Uma vida mais ligada à terra. Sempre digo que conheço quem passe a vida inteira muito bem sem esporte, voluntariado e espiritualidade, mas quem se mete a fazer test drive dos três ou de um deles, se por um acaso não consegue continuar depois, sente uma falta desgraçada do bem que eles fazem. Sei que sentiria falta do cinema, teatro, amigos e família nesses lugares tão despojados que citei há pouco. Mas ainda tenho fé de evoluir ao ponto de quem sabe na próxima encarnação, voltar à vida alternativa...

Viagem Búdica

Sou uma budista nada ortodoxa. Devia fazer um mês que não meditava, com a reviravolta de sair do trampo, ir p/ Bahia, pegar chuva, ser roubada, fazer plástica na barbeiragem da minha apendicite (nunca pensei q uma cirurgia dessas pudesse se tornar uma necessidade) e voltar à caça de trabalho, freelas, jobs e afins. Sei q ñ são boas justificativas, mas já avisei q sou meio iniciante, meio cortando o cordão umbilical do cristianismo. Hoje caprichei no ritual: acendi velas, incenso, coloquei o CD com as práticas iniciais... Meditei sobre as desvantagens do auto-apreço (valor exagerado q damos a nós mesmos). Descobri um estado mental q ñ conhecia, algum lugar entre o quase sono e o vazio de pensamentos, mas alerta, olhando meus pensamentos, de fora, da beira do rio, distante, serena, tranqüila, em paz. A gente ñ quer mais sair de lá quando descobre esse paraíso mental! Até mesmo depois de descobrir q alguém q considerava adulto andava falando cobras e lagartos de mim por aí! Devo ser grata a essa pessoa, pq me fez equalizar o sentimento em relação a ela na proporção exata de sua maturidade zero. Nunca tive tanta fé de que Deus escreve certo por linhas tortas, tem que fechar uma porta para abrir uma janela, me dá o que preciso e ñ o q quero. Deve ser a primeira vez q entrego a minha vida nas mãos Dele... e de Buda, q eu sou mezzo espírita, mezzo católica e mezzo budista. Ventos bons começam a soprar a favor. A esperança é tudo q preciso, hoje e sempre. Vou fazer de tudo p/ treinar mais a minha mente e me tornar cada vez menos dependente dos fatores externos para ser feliz. Que transformação! Os budistas têm razão! Meditar muda tudo!

Mi querido Muerto... Zicas na Bahia

Mais de duas semanas sem celular graças à Vivo, que apelidei carinhosamente de Muerto. Quando a maré ruim vem, chega a toda para as bandas de cá! Perdi meu trampo no dia 29 de abril. Como já tinha umas férias de 30 dias planejadas, decidi "Yo me voy a Bahia, talvez volte qualquer dia" e no dia 30 de abril embarco para Salvador, mochileira feliz, nove dias de Albergue da Juventude, passagens pagas em 12 vezes (bendito seja o site da Gol, que permite aos duros e jornalistas de plantão voar ainda que apertadinhos e com fome), só alegria! Peguei uma temporada de chuvas em Salvador, aquela história de 365 dias de sol por ano é propaganda enganosa! Devíamos ser reembolsados por cada dia de chuva por lá... Para entrar o mês com o pé direito, fui roubada na Barra dia primeiro de maio, irônico, ah, Dia do Trabalhador e não do ladrão. É onde passa o circuito Barra Ondina do Carnaval, nenhum gueto ou beco escuro! Na volta encontro a polícia, sempre retardatária... Mas a última coisa que queria nas minhas primeiras férias em 9 anos era fazer um BO e conhecer delegacia... De volta ao albergue horas no telefone com a Vivo, até transferir para São Paulo, sair da musiquinha, da caixa postal, cair a ligação, ouvir todas as dicas e promoções... Programa eficiência zero! Uma semana depois ainda na capital baiana, roubam o dinheiro de um dos dois colegas de Goiás que foi passear num barzinho da Barra comigo. Atenção mochileiros! Não circulem a pé em Salvador se não estiverem em bando de andorinhas fugindo do inverno. Três pessoas ou menos é assalto com pé rapado na certa! Claro que a polícia retardatária chegou depois e pasme: queria que fôssemos na viatura reconhecer o "meliante"... E o medo do cara ser solto depois e nos perseguir em nosso resto de férias? A chateação nem foi o valor roubado, foi o fato das férias perderem a inocência, de voltar a sentir o medo que achamos que só São Paulo ou Rio desperta... Bom de volta a SP, maratona de 5 dias para a Vivo transferir o número da linha do aparelho roubado para um outro que ainda não havia sido habilitado e estava em casa à toa. "Senhora o Cimi do aparelho novo está bloqueado, esse celular consta como bloqueado por extravio cinco meses antes da senhora comprar, o sistema levará 48 horas para completar a operação, o sistema está fora do ar há trés dias senhora, mais alguma informação?" Depois dessa penitência, não estou mais incomunicável grazie a Dio! Thanks God porque só com Ele para aturar essa operadora! Espero não perder nenhuma oportunidade de trampo graças à tamanha ineficiência...

Gourmet Descontrol

O que pode ser mais delícia do que manteiga, salgada, gooorda na torrada, no pão suíço (delícia descoberta no Pão de Açúcar, supermercado bom demais para quem está desempregada aliás, voltei com mais coisas do que o bolso permitia no último domingo, tudo pela promoção para passar uma semana em Paris, pois Deus é Pai e só com a mào Dele para conhecer a Europa)... Adoooro leite e derivados dele, mas do tipo beeem salgados, amareeeelos, nada de queijinho branco gosto de canto de mesa, tem que ser pesado e salgado, para morder e entupir logo três veias do coração: já que é para engordar, que seja enfiando logo os dois pés na jaca. Explico melhor minha recente descoberta gastronômica: há anos como sempre pão torrado, com manteiga quente, derretida e como é divino redescobrir um sabor antigo, quase esquecido, perdido, reavivar memórias pelo paladar, lembrar do meu avô trazendo mateiga Aviação, deve ser por isso que nunca engoli aquelas margarinas insossas, praticamente um plástico! Esse post vai em amarelinho pois foi minha cor favorita da infância e do sabor abençoado, relembrado hoje! Muito especial para pessoas que como eu, gostam de comer tão poucas coisas que nào completam os dedos de uma mão...

Trampo: ruim com ele, pior sem ele...

Blue, because I'm so blue... E eu que pensava que ruim era trabalhar naquela assessoria de imprensa que me cutucou a gastrite nos últimos 13 meses. Trash mesmo é com 8 anos de experiência receber propostas salariais do que ganhei há 4, 3 anos atrás... Ou passar uma tarde respondendo perguntas como:- Que tipo de filme/ peça/ livro/ música você gosta?- Qual sua religião?- Não tem filhos por opção ou por que ainda não pintou? (ô "meda" de pagar licença maternidade)Para depois receber a quarta proposta salarial miserê dos últimos 2 dias... Sim, é triste admitir mas o jornalismo de redação morreu (ou então não estaria colando e copiando release e agência de notícia internacional pois aqui quase não se produz mais nada) e o de assessoria está agonizando... Mas ainda teimo em chutar esse defunto!! Só há espaço para estudantes, escraviários e profissionais do tipo "topa tudo por qualquer troco"... Me inclua fora dessa!!