Desabafos de uma jornalista, aspirante a atriz, shiatsuterapeuta e professora de yoga...

domingo, outubro 29, 2006

Encruzilhada Existencial

O que fazer quando o racional acha uma coisa e o sentimental mostra outra? Quando o coração pede uma coisa e o senso ético de verdade outra? Quando o que se sente não é nem só coração e nem só razão, mas aparentemente ainda não se encontrou classificação para isso? Quando o corpo quer se entregar e a alma tenta trazer a ação de volta à lógica? Quando uma revelação aparentemente bombástica não te abala como deveria? Quando você começa a não entender mas respeitar? Quando não se permite mais que entubem culpa e trauma goela abaixo nem de familiares e nem de pessoas queridas? Quando se percebe que aquilo que já foi sensacional e virou um pote até aqui de mágoa não mereceu nem meia dúzia de choradas aliviantes? Quando se quer partir para fazer o que se gosta mas precisa-se ganhar $ por causa das obrigações, necessidades e sobrevivência? Quando se quer praticar o que dá prazer e controla a ansiedade quando já se está no ponto de por em prática o que dá resultado e não aquele cansaço bom? Quando se quer estudar massagem, teatro, yoga e reiki, mas a verba ainda é escassa? Quando se empaca entre aprofundar na religiosidade ou iniciar a jornada pela espiritualidade? Quando se descobre que ama dançar mas se ressente da baixa vibração da noitada? Quando se ama os novos amigos mas não os programas que curtem, só que ainda não está num estágio tão auto suficiente para ler, escrever ou meditar sozinha em casa? Quando se fica com lombriga para fazer tudo que é retiro, vivência e meditação mas não se consegue alta dos programas Pau nos Custos e Grana Zero? Talvez chá de alho mate as bichinhas... Quando se depara com o freela fixo que não exige exclusividade mas percebe qua ainda prefere a máxima de Drummond: "mundo, mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração"?

Contrasensos Urbanos

Alguém sabe me explicar as razões destas contradições de nossa metrópole?
  • o CDM do Brooklin - cuja tradução acredito que seja Clube Desportivo Municipal leva o nome de Ibirapuera;
  • o metrô Vila Madalena fica no Sumarezinho;
  • quando um conhecido tem um carro do tipo marmita - aquele no qual só se leva quem se come, não pode dar carona para os colegas onde só levaria carga sob pena de tomar multa, mas os veículos da prefeitura sempre levam a piãozada solta até demais atrás do motorista, onde suponho só se levaria material de construção e reparo;
  • não podemos parar no meio da rua, entrar na contramão e passar no farol vermelho, mas aparentemente tais regras não valem para os veículos da CET;
  • a linha de metrô roxa que começa no Capão Redondo, faz uma ligação bairro a bairro quando a maioria das pessoas que mora lá trabalha em regiões opostas. Terá sido criada por um burrocrata engravatado que nunca precisa de condução pública? Ao que tudo indica sim, pois é a única que dá preju...
  • a estão Alto do Ipiranga do metrô está quase no Sacomã, ou seja no fiofó do bairro e não no topo dele;
  • as linhas de trens são tão mal e porcamente batizadas que há duas diferentes com estações chamada Lapa, exatamente o mesmo nome, para que quem precisa descer numa em cima da hora num dia de atraso, se confunda e não tenha idéia se precisava ficar perto da porção "de baixo" ou "de cima" deste bairro;
  • há anos atrás quando mudaram o nome de uma das estações, a gravação teve que repetir a troca por séculos "Armênia, antiga Ponte Pequena"... Se é complicado fixar o novo nome qual a lógica de alterá-lo?
  • o metrô Imigrantes fica em cima da avenida Ricardo Jafet e não na conhecida rodovia;
  • o metrô Paraíso foi batizado por alguém com senso de humor negro, pois é praticamente sempre a ante sala do inferno;
  • quase todo "largo" municipal, exceto o da Liberdade são inacreditavelmente deprê;
  • o metrô verde expandiu primeiro para o lado mais abastado da cidade, justamente o que quase não precisa de transporte público;
  • agora que a linha da Paulista veio mais perto dos pobres mortais da zona sul, com a estação Imigrantes, os ônibus que saem de todos os bairros perto da Anchieta e sacomã bem que podiam parar ali e não na Santa Cruz/ Vila Mariana, diminuindo o trânsito e a romaria dos trabalhadores rumo ao transporte mais eficiente na cidade;
  • quem mora perto da divisa sempre tem que ouvir tanto do povo das cidades vizinhas [leia-se ABC] quanto dos mais próximos à civilização que "mora muito longe";
  • qual a referência de perto e longe numa cidade estupidamente grande como esta?
  • qual a lógica de quem mora no fiofó das marginais achar que mora mais centralizado do que quem mora no rabo do Ipiranga, mas perto do marco zero?

Aborrescência, ainda que tardia...

Depois que vi Fred E Elsa Um Amor de Paixão, aparentemente um filminho água com açúcar inofensivo, aprendi duas coisas: nunca é tarde para se fazer o que se quer e nenhum sonho, por mais absurdo que pareça aos olhos de quem está de fora, é tão tolo que não mereça ser realizado. Sem querer querendo tenho levado ao pé da letra estas pequenas lições de cineminha tarde da noite com amiga cheia de altos e baixos como eu. Não, eu não tive aborrescência e resolvi viver meus reprimidos anos teen aos 28 anos. Continuo achando que sempre é tempo de matar vontades que estão te matando, mas devo confessar que às vezes, parece sim que passei do ponto de certas curtições... Recebi uma colega baiana em Sampa há poucos meses e ela, no auge dos seus menos 20, está agitando não só para que eu vá ao Carnaval de Salvador, mas ainda por cima leve quem quiser. Amigas desculpem, mas além de ser uma pessoa que só passou a engolir esta data festiva na fase adulta pois não há como não se apaixonar na marra por uma comemoração que nos deixa em casa 4 dias e meio, até eu que amo andar me canso quando vejo o roteiro daqueles trios elétricos. Não sou do tipo que passa mal quando ouve axé, nem da categoria que compra este tipo de CD para ouvir nas horas vagas. As músicas deste ritmo que nos tratam como um buraquinho quentinho e úmido me irritam, mas as do tipo romântica não. Porém desconfio que 4 dias e meio ouvindo um ritmo que não seja louca de paixão será uma overdose. E não me anima a idéia de gastar mó grana só por causa da alta temporada numa cidade que já conheci e de beijar tudo e todos como se o mundo fosse acabar amanhã e ficar junto fosse entrar em extinção. É, tem me atraído mais a idéia de fazer outro retiro com o pessoal da meditação do Osho nesta época... Ando muito mais qualidade e menos quantidade, se é que me entendem, menos é mais quase sempre... Assim como acho que passei do ponto para Porto Seguro: pelo que me contam, beber e beijar até passar mal ou nem lembrar mais o nome da última boca, eu peço que me incluam fora dessa. E há outros micos, tantos... Tentar se engraçar com um fófis no carro mas não conseguir por ficar encanada com assaltos e perigos correlatos... No terceiro dia promissor para balada ficar com o saco na lua da possibilidade de chegar em casa fedendo a cigarro e preferir programinhas light na casa dos amigos para desanuviar a energia trash de casa noturna... Depois de uma maratona de 20 km durante 8 horas na chuva passar de louca que não teme nada a bundona que tem receio de tudo... Lá pela terceira ou quarta loucurinha que adiciono no meu parco repertório de histórias para divertir os amigos ter tédio existencial do atacadão sentimental do mercado... Pescar feio e perigosamente no volante quando tento repetir a façanha dos 15, 16, 17 anos de sair, chegar tarde, dormir pouco e levantar cedo para pegar no batente... Sentir-se mal depois de enfiar o pé na jaca e meter goela abaixo aquelas besteirinhas irresistíveis que estavam "chamando" você, seja lá de onde for... Perceber a duras penas que não adianta mais só fazer exercício, também é preciso controlar o que se come para se chegar onde quer fisicamente... Ainda considero que o mais importante é que a cabeça não envelheça, pois há tantos jovens com mentalidade de velho e vice-versa, mas que me sinto meio peixe fora d´água, destoando de certos micos em que me meto por livre e espontânea vontade, é vero, fazer o que?

Aborrescência, ainda que tardia...

Depois que vi Fred E Elsa Um Amor de Paixão, aparentemente um filminho água com açúcar inofensivo, aprendi duas coisas: nunca é tarde para se fazer o que se quer e nenhum sonho, por mais absurdo que pareça aos olhos de quem está de fora, é tão tolo que não mereça ser realizado. Sem querer querendo tenho levado ao pé da letra estas pequenas lições de cineminha tarde da noite com amiga cheia de altos e baixos como eu. Não, eu não tive aborrescência e resolvi viver meus reprimidos anos teen aos 28 anos. Continuo achando que sempre é tempo de matar vontades que estão te matando, mas devo confessar que às vezes, parece sim que passei do ponto de certas curtições... Recebi uma colega baiana em Sampa há poucos meses e ela, no auge dos seus menos 20, está agitando não só para que eu vá ao Carnaval de Salvador, mas ainda por cima leve quem quiser. Amigas desculpem, mas além de ser uma pessoa que só passou a engolir esta data festiva na fase adulta pois não há como não se apaixonar na marra por uma comemoração que nos deixa em casa 4 dias e meio, até eu que amo andar me canso quando vejo o roteiro daqueles trios elétricos. Não sou do tipo que passa mal quando ouve axé, nem da categoria que compra este tipo de CD para ouvir nas horas vagas. As músicas deste ritmo que nos tratam como um buraquinho quentinho e úmido me irritam, mas as do tipo romântica não. Porém desconfio que 4 dias e meio ouvindo um ritmo que não seja louca de paixão será uma overdose. E não me anima a idéia de gastar mó grana só por causa da alta temporada numa cidade que já conheci e de beijar tudo e todos como se o mundo fosse acabar amanhã e ficar junto fosse entrar em extinção. É, tem me atraído mais a idéia de fazer outro retiro com o pessoal da meditação do Osho nesta época... Ando muito mais qualidade e menos quantidade, se é que me entendem, menos é mais quase sempre... Assim como acho que passei do ponto para Porto Seguro: pelo que me contam, beber e beijar até passar mal ou nem lembrar mais o nome da última boca, eu peço que me incluam fora dessa. E há outros micos, tantos... Tentar se engraçar com um fófis no carro mas não conseguir por ficar encanada com assaltos e perigos correlatos... No terceiro dia promissor para balada ficar com o saco na lua da possibilidade de chegar em casa fedendo a cigarro e preferir programinhas light na casa dos amigos para desanuviar a energia trash de casa noturna... Depois de uma maratona de 20 km durante 8 horas na chuva passar de louca que não teme nada a bundona que tem receio de tudo... Lá pela terceira ou quarta loucurinha que adiciono no meu parco repertório de histórias para divertir os amigos ter tédio existencial do atacadão sentimental do mercado... Pescar feio e perigosamente no volante quando tento repetir a façanha dos 15, 16, 17 anos de sair, chegar tarde, dormir pouco e levantar cedo para pegar no batente... Sentir-se mal depois de enfiar o pé na jaca e meter goela abaixo aquelas besteirinhas irresistíveis que estavam "chamando" você, seja lá de onde for... Perceber a duras penas que não adianta mais só fazer exercício, também é preciso controlar o que se come para se chegar onde quer fisicamente... Ainda considero que o mais importante é que a cabeça não envelheça, pois há tantos jovens com mentalidade de velho e vice-versa, mas que me sinto meio peixe fora d´água, destoando de certas "micos desejados" em que me meto, é vero, fazer o que?

Aborrescência, ainda que tardia...

Depois que vi Fred E Elsa Um Amor de Paixão, aparentemente um filminho água com açúcar inofensivo, aprendi duas coisas: nunca é tarde para se fazer o que se quer e nenhum sonho, por mais absurdo que pareça aos olhos de quem está de fora, é tão tolo que não mereça ser realizado. Sem querer querendo tenho levado ao pé da letra estas pequenas lições de cineminha tarde da noite com amiga cheia de altos e baixos como eu. Não, eu não tive aborrescência e resolvi viver meus reprimidos anos teen aos 28 anos. Continuo achando que sempre é tempo de matar vontades que estão te matando, mas devo confessar que às vezes, parece sim que passei do ponto de certas curtições... Recebi uma colega baiana em Sampa há poucos meses e ela, no auge dos seus menos 20, está agitando não só para que eu vá ao Carnaval de Salvador, mas ainda por cima leve quem quiser. Amigas desculpem, mas além de ser uma pessoa que só passou a engolir esta data festiva na fase adulta pois não há como não se apaixonar na marra por uma comemoração que nos deixa em casa 4 dias e meio, até eu que amo andar me canso quando vejo o roteiro daqueles trios elétricos. Não sou do tipo que passa mal quando ouve axé, nem da categoria que compra este tipo de CD para ouvir nas horas vagas. As músicas deste ritmo que nos tratam como um buraquinho quentinho e úmido me irritam, mas as do tipo romântica não. Porém desconfio que 4 dias e meio ouvindo um ritmo que não seja louca de paixão será uma overdose. E não me anima a idéia de gastar mó grana só por causa da alta temporada numa cidade que já conheci e de beijar tudo e todos como se o mundo fosse acabar amanhã e ficar junto fosse entrar em extinção. É, tem me atraído mais a idéia de fazer outro retiro com o pessoal da meditação do Osho nesta época... Ando muito mais qualidade e menos quantidade, se é que me entendem, menos é mais quase sempre... Assim como acho que passei do ponto para Porto Seguro: pelo que me contam, beber e beijar até passar mal ou nem lembrar mais o nome da última boca, eu peço que me incluam fora dessa. E há outros micos, tantos... Tentar se engraçar com um fófis no carro mas não conseguir por ficar encanada com assaltos e perigos correlatos... No terceiro dia promissor para balada ficar com o saco na lua da possibilidade de chegar em casa fedendo a cigarro e preferir programinhas light na casa dos amigos para desanuviar a energia trash de casa noturna... Depois de uma maratona de 20 km durante 8 horas na chuva passar de louca que não teme nada a bundona que tem receio de tudo... Lá pela terceira ou quarta loucurinha que adiciono no meu parco repertório de histórias para divertir os amigos ter tédio existencial do atacadão sentimental do mercado... Pescar feio e perigosamente no volante quando tento repetir a façanha dos 15, 16, 17 anos de sair, chegar tarde, dormir pouco e levantar cedo para pegar no batente... Sentir-se mal depois de enfiar o pé na jaca e meter goela abaixo aquelas besteirinhas irresistíveis que estavam "chamando" você, seja lá de onde for... Perceber a duras penas que não adianta mais só fazer exercício, também é preciso controlar o que se come para se chegar onde quer fisicamente... Ainda considero que o mais importante é que a cabeça não envelheça, pois há tantos jovens com mentalidade de velho e vice-versa, mas que me sinto meio peixe fora d´água, destoando de certas "micos desejados" em que me meto, é vero, fazer o que?

sexta-feira, outubro 27, 2006

A Mulher Retiro

Há coisa de dois sábados atrás percebi que estou com as amigas certas na vibe errada: sou uma pessoa tão facilmente adaptável que quando percebo estou fazendo programas nada a ver comigo só por gostar das companhias. Mas decididamente não sou uma mulher da noite: tenho sono, odeio cigarro, enjôo fácil daquela energia pesada de casa noturna sem muita consciência disso. Cismei que tinha que fazer mais meditações, vivências e retiros, que esta sim é a minha praia, junto com programinhas culturais tipo peças, filmes e oficinas. Entre as tantas opções zen que recebo todo dia, lembrei na quarta retrasada que uma de meditação do Osho tinha me tocado - um pouco pelas imagens, outro pelas palavras usadas (tomar banho de mar/ se afogar em amor/beijar o momento passageiro/comer juntos/ ver as coisas como elas são/bater papo/ rir e chorar/se sentir um/tomar risco/encontrar respostas/ fazer amigos/ entender e aceitar/ se aventurar/dormir e relaxar/ meditar/entrar em silêncio), mas principalmente por ter amado os dois livros que li dele, seus textos na internet e pela possibilidade de conhecer o litoral norte. Fui atrás, mas como não consegui alta dos programas Pau nos Custos e Grana Zero, pedi empréstimo pra madrinha, tentei promover um descontão no saldão doméstico dos móveis e lembranças que estou fazendo lá em casa, mas... Até os 45 minutos do segundo tempo nada! Dois dias antes meu pai tentou discutir comigo por telefone. No dia de ir para lá acordei com a sensação de que tinha que arrumar a mala pois arrumaria $ e carona. Meu pai não só pediu desculpas como emprestou a verba. Um duplo milagre, pois ele não faz isto e condena os preços destas coisas que amo... Ainda ganhei uma carona de uma jornalista do Rio com a qual conversei 3 horas ininterruptas na viagem. A Roma e o Mukto que deram este grupo viveram e trabalharam nas comunidades do Osho. Deve ser o mais libertário que já encontrei em termos de espiritualidade - deve ser por isso que um dos fófis recentes diz que ele institucionalizou a putaria. Mas basicamente recomenda que recuperemos nossa capacidade de se encantar como as crianças, que sintamos mais e racionalizemos menos. Eu diria que ele decretou felicidade acima de tudo. A meditação envolve dança, pulo, por os bichos pra fora, chorar, gritar, se chacoalhar tanto que quando entramos na contemplação clássica não tem como a mente fugir pois ou está cansada ou muito feliz, fica presente na marra. Caminhamos, tomamos banho de mar, fizemos trilha para a cachoeira, tudo prestando atenção aos lados direito/masculino e esquerdo/ feminino. Já tinha entendido racionalmente que meu sargentão masculino não deixa o feminino sensível chorar, desde que na infância meu pai me mandava guardar as lágrimas quando caía. Lá foi sentir isso e deixar a mulherzinha ser mais tranquila, quieta, contemplativa, caseira, dona-de-casa, amorosa, carinhosa... O grupo do círculo que medita às terças na Vila Madalena é muito especial, receptivo, amoroso. Um dar e receber cafuné e abraço incrível. Repeti a dose em Sampa e acho que pela primeira vez senti a tal energia de que tanto falam conscientemente- pois quem é tagarela tem dificuldade com as coisas sutis da vida. Só sei que não quero parar nunca mais. Hoje devo repetir a dose noutro espaço. Embora a mente agradeça e o corpo se ressinta de ainda estar enferrujado apesar das yogas, pilates e caminhadas, recomendo. O que mais me impressionou foi o acupunturista ontem confirmar o que senti: tenho uma descompensação muscular do lado esquerdo e até meu pulmão direito respira melhor! Mas por outro lado, como percebeu a Roma, tenho um lado tão sensível que a cada pessoa que me mostra o quanto a maioria não segura a onda dos seus discursos, a cada promessa que não se cumpre no amor e trabalho, fico down. Mas não quero parar nunca mais, pois desconfio que meu caminho é mais espiritualista e menos religioso. Diria que a Padma Dretchen, nome que ganhei no budismo, quer um sanias, espécie de batismo do Osho.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Mulheres Densas Protestam

Temos que admitir que não rimos com qualquer comédia, mas temos loucura pelas bem feitas. Também não nos abalamos por qualquer draminha mexicano, mas nos apaixonamos pelos que nos fazem esquecer que é de mentira. Discordamos de quem ache cinema nacional, europeu, asiático e documental um excelente antídoto contra insônia. Até encaramos comédia romântica Blockbuster nos dias muito inspirados. Não nos importamos de "pensar" no cinema, muito menos no teatro. Não baixamos o MP3 hit do momento, que nosso gosto musical também é fã do que não é lugar comum. Já descobrimos que dançar música sem nenhuma profundidade libera enzimas que fazem muito bem, obrigada! Não vamos ler os best sellers mais vendidos e nem aquele sucesso que está no colo de todos os usuários de metrô, que nosso negócio é descobrir aqueles incríveis achados de sebo - pois também aprendemos a não gastar em vão. Não nos fixamos em marcas da moda, mas em roupas de atitude, que não pareçam feitas em série. Perdemos o tesão de conferir o programa mais falado do momento, pois concordamos com Nelson Rodrigues que toda unanimidade é burra. E fala-se tanto nos mais assistidos que mesmo sem acompanhar já estamos por dentro do que não faz falta nenhuma! Não fazemos os exercícios do momento e nem o que só surte efeito no corpo, pois já nos viciamos me bem estar, serotonina e endorfina! Nossos hobbies nos deixam entre a cruz e a espada de largar tudo por eles, mas tememos o risco de transformar as paixões mais recentes em obrigações, necessidades e sobrevivência. Fazemos loucurinhas de vez em sempre e assinamos embaixo que nunca é tarde para elas e, principalmente, nenhuma é tão tola que não mereça ser realizada. Queremos tudo ao mesmo tempo aqui e agora. Mudanças nos fazem brilhar os olhinhos. Também dispensamos baladas tipo todo mundo vai e curtimos descobrir as noitadas alternativas. Planejamos nossos dias, mas amamos quando fogem ao previsto. Nos apaixonamos, mas não temos dificuldade de virar a página. Tomamos remédio em caso de emergência, mas apelamos mais frequentemente para a terapia alternativa holística. Temo uma relação de amor e ódio com a profissão escolhida, como todo cristão que se preze. Nos identificamos mais com a espiritualidade e menos com a religiosidade. Já aprendemos que retiros e meditações também dão barato de um outro gênero. Questionamos sempre. Nos sentimos só, mas vamos à luta e passa rápido. Temos nossos dias de vaidade, mas ela não nos norteia a vida. Enfim, não somos mulheres categoria clichê. E se você nos acha difícil, por favor, o guichê das Barbies comuns é logo adiante.

Maré

Paixão que fica no ar
Desmoronamento
Promessas que se cumprem
Desencanto
Linhas que provocam
rasantes das borboletas
pousadas no estômago
Arrebatamento?
Paz de espírito
meio onda do mar
gangorra?
Volta à infância
Risos sem razão de ser
Vida inebriantemente
apaixonante
e surpreendentemente
divertida!
Como me chamaria minha velha amiga dos tempos em que o 2o grau se chamava colegial, Frances Bean

domingo, outubro 01, 2006

Coisas Estranhas e Belas

Quem diria que até quando o que não queremos acontece tem um lado bom! Me senti liberta do medo de que isso acontecesse, que me perseguia. É como se tudo estivesse perdido e não houvesse mais nada a perder. Como se também estivesse livre de cobranças, correr atrás, implorar, pois finalmente ficou muito claro que não adianta mais forçar a amizade, o que tiver de ser, será.
Como se esta percepção não bastasse para a semana ser transformadora, comecei a me enxergar diferente, sob outro ângulo, nem lembro se antes ou depois de elogios sobre o mesmo aspecto de pessoas inesperadas e outras nem tanto. Acho que começo a descobrir onde foi parar meu amor próprio.
Outra mudança maluca foi que recebi uma crítica, fiquei meio down e meio sem querer percebi que ela não tinha muita lógica, pois embora me classificasse de uma forma, estava me sentindo mal pelo oposto do rótulo que recebi!
E para completar a virada do avesso da semana, por razões que ainda não consigo entender, por um desses milagres que não se explica, consegui me colocar no lugar de uma pessoa que está passando por algo que nunca enfrentei e finalmente entendi as explicações que julgava exageradas para aquele sofrimento, tanto que quase chorei, foi um momento, quase um suspiro, meio que um sonho, pois nunca tinha me sentido tanto na pele do outro e ficado tão tocada com aquilo. Acho que agora relevarei mais as barbaridades do próximo...
Será que tudo isso é resultado das meditações e mantras que realmente tranformam a mente?